FINAL DE ATO

FINAL DE ATO

A dispois de tanto amor
De tanto beijo gostoso
De tanto cheiro cheiroso
nós briguemo.
Foi uma briga fatá;
Ela me dixe: acabou-se
Eu dixe: acabou-se tudo
E nós dois fiquemo mudo
Sem vontade de falá.

Cada um fez sua trouxa
E na hora da partida
Nem oiemo,
Chinguemo, sim, nos chinguemo

Como se pode chingá.

Eu te odeio,

Eu te desprezo,

Baba de cururu,
Mandinga de sapo seco
Tu vai pro norte,
Eu pro sul.
E juro pro Deus do céu
Nunca mais quero te ver,
Bem pintada de caivão
Lá nos muro do quitá.
E se eu cuntigo a sonhá
Acordo e faço treis crui
Crui... crui... crui...
O Brasí é muito grante
Dá bem pra nos separá.
Ela engoliu um soluço,
Eu engoli bem uns quatro
E larguei o pé no mato.

Passou-se tanto do tempo

Qui nem é bom rescordar.

Onte nós se encontremo

Ninguém tentou desfarçar,

Eu parti pra riba dela

Com fogo aceso no oiá,

Ela me deu um arroxo

Que se não sou cabra osso,

Tava aqui em dois pedaço.

Foi tanto beijo gostoso,

Foi tanto cheiro cheiroso,

Entonce nós se alembremo,

O Brasí é tão pequeno,

Nem dá pra nos separá.

                                 Marilita Pozzoli

        "Um dia eu soube que não sabia de tudo,
                       Então fui procurar saber; 
  Ao procurar saber soube que não sabia de nada,
      E não sabendo de nada continuei alienada."
                                                                                    ( D.S.A.S)

Maio

Maio
já está no final
O que somos nós afinal
se já não nos vemos mais
Estamos longe demais
longe demais

Maio
já está no final
É hora de se mover
prá viver mil vezes mais
Esqueça os meses
esqueça os seus finais
esqueça os finais

Eu preciso de alguém
sem o qual eu passe mal
sem o qual eu não seja ninguém
eu preciso de alguém


                  Paula Toller / George Israel




"A vida é um amadurecimento constante." D.S

Somente o nada, somente o hoje!

Hoje a vida vive mudando de lugar, ela troca de toca e vive a nos surpreender. Hoje cada dia pode ser o último; o hoje é único e nunca deixou de ser. A rotina encruada, amarga e perspicaz nos faz tornar ignóbeis aos lindos profundos e mínimos acontecimentos do dia-a-dia. Uma vida repleta de belezas naturais, sonhos, amores, promessas e pessoas. Algo tão comum nas revistas e tão perto de nós que nem conseguimos ver. Uma vida meu caro, que nunca, ou melhor, sempre tive, só faltava prestar mais atenção, olhar pro lado...
Arrependida? Não! Sabe, antes essa palavra não entrava no meu dicionário, ou pelo menos eu achava que não. Hoje resolvi procurar melhor; tenho a impressão de que deve estar lá em algum lugar, perdida entre palavras. Como eu, HOJE!

Medos e Inverdades

Badida de Roberto Ploeg.

Hoje eu descobri que tenho medo. Hoje eu descobri que a Débora mudou de verdade, mas do que pensava. Hoje ela tem medo de amar e se envolver. É algo tão forte que pode até ser considerado trauma. Trauma este que me corrompe, inunda minh'alma. Estou com medo. Medo de você, do seu beijo; medo da rejeição outra vez. Porra o que fizestes comigo santo amado infame? A Débora de antes não falava palavrão! A maldita psique manipulando minha mente, e fazendo tornar-me horrível, ridícula, testemunha, amante, medrosa.
Os medos no qual conseguistes tirar-me no passado, agora mudaram de lado e vieram com mais força. A idéia que defendia é a mesma na qual me vejo hoje, agora, fugindo! E se antes o belo anterior tinha me deixado marcas, hoje o atual deixou-me cicatrizes profundas! Eres tu o maior causador do meu medo...


"Saudade do tempo em que amava sem medo, sem pudores e sem pensar nas consequências e sofrimentos futuros! Será que isso pode se chamar de aprendizado?"