Quando eu era Criança ...

" Quando eu era criança achava que podia ter o mundo nas mãos e que poderia mudá-lo, hoje cresci e continuo achando o mesmo, apenas com adaptações diferentes. Quando eu era pequena queria ser rica, hoje descobri que so preciso viver bem e que uma coisa não leva a outra "

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O Descaso com a Saúde Pública

Passando mal nesta noite passada fui levada ao Hospital e Maternidade Santa Teresinha que fica aqui na minha cidade, Caucaia-CE. Como muitos dos hospitais públicos, pode-se dizer a maioria, o atendimento além de ser limitadíssimo é PÉSSIMO diga-se de passagem. O indivíduo chega passando mal, alguns até gritando de dor e a enfermeira olha pra você com aquela cara de sono e impaciência e pergunta, o que você ta sentindo? A pessoa responde e a dois metros de distancia ela pergunta alguns dados mal olhando pra sua cara. Posso até traduzir o que a cara dela me transmitia: Menina vai pra casa que você não tem nada!
Depois de preenchida a ficha fui aguardar o médico vir não sei de onde. Havia uma adolescente de 14 anos chorando com dor no estomângo, segundo ela. E uma criança de aproximadamente 1 ano, com os pais, na espera. Enquanto a menina chorava se contorcendo de dor perguntando pelo médico; o pai ia atrás e, quando o encontrou, o mesmo simplismente o ignorou passando por todos, inclusive pela menina, sem mesmo um olhar. Cheguei inclusive a pensar que ele era só mais um enfermeiro de outro setor e que parcialmente não tinha muito a ver com a situação. Foi quando minha mãe disse que aquele era o médico, cardiologosta, e que seria melhor pra mim já que estava com dores no peito. Percebi na mesma hora o zelo que o médico tinha por seus pacientes. Fiquei pensando se estava correto um médico cardiologista cuidar de uma menina que estava com dor no estomângo, mas provavelmente só havia ele para atender.
Chegando minha vez de entrar na sala ele olhou para mim pela primeira vez e disse, Diga! Começei a falar enquanto ele rabiscava coisas ilegíveis na minha ficha. Depois ele levantou olhando para mim pela segunda vez e apertou meu peito, sem ao menos perguntar se estava doendo aqui ou ali, levantou minha cabeça e abriu minha boca colocando um palitinho lá dentro provavelmente para ver minha garganta. Sabe como me senti? Como se fosse uma BBB e estivesse entrando no confessionário para dizer para quem é meu voto e porque. Foi simplismente assim! Ele disse "Diga" e eu disse um turbilhão de coisas que já estava sentindo à tempos. Já sua cara não era nada hospitaleira, MUITOOO pior do que a da enfermeira. Parecia rabugenta, com raiva, como se eu estivesse lhe fazendo algum mal, como se eu fosse a causa de ele não estar na sua cama dormindo as 2 da madrugada. De certa forma era por minha causa sim, minha e de todos os outros que precisam de cuidados, a dor não escolhe hora, mas quando ele escolheu esta profissão já devia saber que teria de fazer plantões noturnos.
Contudo fiquei pensando nesses médicos que estão se formando, que brigam por uma vaga do curso mais concorrido nas universidades. Será que eles estão realmente dispostos a cuidar de pessoas ou a melhorar de vida com os bons salários? Não sei, só sei que foi assim. Enfim depois tomei 250 ml de soro na veia, marquei um eletrocardiograma, e sonolenta voltei pra casa.
Bom, se você teve paciência de ler até aqui, então terá mais um pouquinho para ler sobre as reclamações das senhoras que estavam lá cuidando de seus filhos e cuidando de si mesmas. Brincadeirinha! Se você conheçe essa vida de Postos de Saúde, Pronto Socorros e Hospitais Públicos deve ter entendido. Por que elas são as que mais reclamam, com razão é claro!
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E você? O que acha da Saúde Pública Brasileira?

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